5 de outubro de 2013

A Divisão dos não-sectários

Alguns cristãos julgam que são superiores aos que dizem: "eu sou de Cefas", ou "eu sou de Paulo", ou "eu sou de Apolo". Dizem "eu sou de Cristo". Tais cristãos desprezam os outros como sectários e, por esse motivo, começam outra comunidade. Sua atitude é: "Vocês são sectários, eu não. Vocês são cultuadores de heróis, nós adoramos somente ao Senhor".

Mas a Palavra de Deus não apenas condena os que dizem "eu sou de Cefas", ou "eu sou de Paulo", ou "eu sou de Apolo". Ela denuncia de maneira muito definida e clara aqueles que dizem "eu sou de Cristo". Não é errado considerar-se como pertencendo só a Cristo. É certo e essencial mesmo. Nem é errado repudiar todo cisma entre os filhos de Deus; é altamente recomendável. Deus não condena essa classe de cristãos por qualquer dessas duas coisas; ele os condena pelo próprio pecado que eles condenam nos demais – seu sectarismo.

Como protesto contra a divisão entre os filhos de Deus, muitos crentes procuram separar-se daqueles que estão divididos em organizações humanas, sem jamais imaginarem que eles mesmos são divisores!

A base que eles tomam para divisão pode ser mais plausível do que a de outros que dividem por causa de diferenças doutrinárias ou preferências pessoais por certos líderes, mas permanece o fato de que eles estão dividindo os filhos de Deus. Mesmo quando repudiam o cisma onde ele ocorra, eles são cismáticos.

Dizem: "eu sou de Cristo". Querem dizer que os outros não são? É perfeitamente legítimo que diga "eu sou de Cristo", se sua observação significa simplesmente a quem pertence; contudo, se significa "eu não sou sectário, estou numa posição muito diferente de vocês, sectários", então ela está estabelecendo diferença entre você e os demais cristãos. A própria idéia de distinguir entre os filhos de Deus tem suas origens na natureza carnal do homem e é sectária.

Se considerarmos os outros cristãos como sectários, enquanto considerarmos a nós mesmos como não-sectários, estamos com isso fazendo distinção no meio do povo de Deus e, dessa forma, manifestando um espírito de divisão até no próprio ato de condenar divisão. Não importa que meio usamos para fazer distinção entre os membros da família de Deus – mesmo que seja com base no próprio Cristo, estamo-nos tornando culpados de cisma no Corpo.

Qual é, pois, a atitude certa? Toda exclusividade está errada. Toda inclusividade (dos verdadeiros filhos de Deus) está certa. As divisões denominacionais não são bíblicas e não devemos ser partidários delas; porém, se adotamos uma atitude de crítica e pensamos: "eles são denominacionais, eu sou indenominacional; eles pertencem a seitas, eu pertenço só a Cristo" – tal diferenciação é, definitivamente, sectária.

Sim, graças a Deus, eu sou de Cristo, mas a minha comunhão não é simplesmente com os que dizem "eu sou de Cristo", porém com todos os que são de Cristo. Não devo me importar tanto com o que eles dizem, mas com o que são. Não indago se eles são denominacionais, sectários ou não-sectários. Só indago: São de Cristo? Sendo de Cristo, então são meus irmãos.

Nossa posição pessoal deve ser indenominacional, mas a base de nossa comunhão não é indenominacionalismo. Nós mesmos devemos ser não-sectários, mas não ousamos insistir no não-sectarismo como condição de comunhão. Nossa única base de comunhão é Cristo. Nossa comunhão deve ser com todos os crentes numa localidade, não meramente com todos os crentes não-sectários nessa localidade.

Eles podem estabelecer diferenças denominacionais, mas nós não devemos fazer exigências indenominacionais. Jamais devemos fazer diferença entre nós e eles, só porque eles fazem distinção entre si mesmos e os outros. Eles são filhos de Deus, e o fato de fazerem distinção entre si mesmos e outros filhos de Deus não os impede de ser filhos de Deus. O denominacionalismo ou sectarismo deles significa que são impostas severas limitações ao Senhor no que tange a seu propósito e mente em relação a eles, e isso significará que nunca irão além de certa medida de crescimento e plenitude espirituais. Bênçãos pode haver, mas plenitude do propósito divino, nunca.

Em todo o tempo, devemos manter uma atitude de inclusividade, não de exclusividade, para com os crentes que se encontram em diferentes igrejas denominacionais, pois eles, assim como nós, são filhos de Deus e vivem na mesma localidade; portanto, pertencem à mesma igreja que nós. Quando usamos o termo "nós" em relação aos filhos de Deus, precisamos incluir todos os filhos de Deus, não somente aqueles que congregam conosco. Se, quando nos referimos aos "nossos irmãos", não incluirmos todos os filhos de Deus, mas somente aqueles que se reúnem regularmente conosco, então somos cismáticos.

Não desculpo o sectarismo e não creio que devamos defender diferenças sectárias entre uma igreja e outra, porém não nos compete induzir as pessoas a deixar sua congregação, ainda que seja sectária. Se nosso principal interesse é levar as pessoas a um real conhecimento do Senhor e ao poder de sua cruz, então elas se entregarão alegremente a ele e aprenderão a andar no Espírito, rejeitando as coisas da carne. Verificaremos não haver necessidade de acentuar a questão das denominações, porquanto o próprio Espírito as esclarecerá. Se um crente não aprendeu o caminho da cruz e a andar no Espírito, que adianta ele sair de uma determinada igreja? Levará consigo o sectarismo, que é inerente à carne, para onde for.

(Texto extraído do livro "A Vida Normal da Igreja Cristã", Watchman Nee).


30 de maio de 2013

Resgatando o Testemunho da Igreja

O cristianismo tem causado má reputação à Igreja do Senhor, levando a um descrédito diante da sociedade com falsos testemunhos e envolvimento da igreja com o mundo: empresas sustentadas com o dinheiro dos fiéis; investimentos grandiosos com a finalidade de que aqueles ministérios cresçam, criando entretenimentos para as pessoas; as pessoas vão para esses mega-eventos não por causa de Cristo e sim pelo que estão oferecendo: shows gospel ,um grande pregador famoso... e são atraídas por curas, prosperidade, ou seja, há um interesse de ambas as partes, uns, em ganhar,em ter vida boa, outros tentando ganhar pessoas para que o seu ministério cresça. Não querem nem saber de onde vem o dinheiro, não precisa nem ser cristãos , a questão é contribuir para atingirem seus objetivos.
Precisamos nos guardar de todas essas coisas e darmos um testemunho de Cristo. Lembram onde Jesus nasceu? Ele disse: " As raposas têm seus covis,e as aves do céu ninhos; mas o filho do homem não tem onde reclinar a cabeça." ( Mateus 8:20 ) por que temos que prometer prosperidade para as pessoas? Não podemos seguir o mesmo exemplo daquela grande multidão de João 6:26, que seguia o Senhor por causa da comida.
Vejamos o testemunho da igreja primitiva em relação a seu viver: Em atos 2, Pedro e os demais apóstolos não prometeram grandes eventos, e prosperidade para as pessoas que os  ouviam. Eles falaram o puro evangelho.
Como a igreja vivia: " E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, á medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa, e tomavam a suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo.Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor,dia a dia os que iam  sendo salvos. ( Atos 2:42-47). Observe o verso 47: Contavam com a simpatia de todo o povo. Esse era o perfil de uma igreja saudável. não havia má reputação e não havia rejeição. 
Em atos 5: 12-13, vemos que o povo admirava-se com o testemunho da igreja; e dia a dia crescia o número dos que criam no senhor; não por promessas de riquezas e curas mas pelo  testemunho de Cristo. Deus quer uma igreja saudável: " Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito." 
(Efésios 5: 24). A igreja é a coluna e base da verdade: " Para que, se eu tardar fiques ciente de como se deve proceder na casa do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade."
(1 Timóteo 3:15).     

12 de abril de 2013

                                            Igreja e Templo: Qual a diferença?

Quando lemos as Escrituras vemos que há uma clara distinção entre estes termos. De acordo com a revelação bíblica, "Igreja" se refere a todos os cristãos,  a todos aqueles que creram no Senhor Jesus, recebendo-O como Seu Salvador, aqueles que o Senhor comprou com o Seu próprio sangue (Atos 20:28). Sendo assim, o máximo que podemos afirmar é que cada grupo de cristãos (denominados ou não) é apenas parte da Igreja,  já que a Igreja é a totalidade dos filhos de Deus, e não um grupo apenas.
Agora veremos, de acordo com a Bíblia, o que é Templo. O templo feito por Salomão no Antigo Testamento era um lugar físico que foi construído ao Nome do Senhor (1 Reis 8:19). "Entretanto, não habita o Altíssimo em casas feitas por mãos humanas..."(Atos 7:48). No Novo Testamento, vemos que nós, os que cremos, é que somos, individualmente, o templo do Espírito Santo (1Coríntios 3:16-17). 
Em resumo, podemos afirmar que o templo ou santuário onde Deus habita hoje é, individualmente, cada cristão que de fato creu no Senhor Jesus, e que a Igreja são todos os filhos de Deus e não um edifício físico. Coletivamente, como Igreja somos também a Casa de Deus (1 Timóteo 3:15) e a família de Deus (Efésios 2:19). Graças ao Senhor por Sua Palavra!